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Qualidade dos ambientes: um novo valor no mundo pós-pandemia

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A pandemia da Covid-19 está mudando nossa relação com a nossa casa e com o nosso ambiente de trabalho. Ouvimos falar bastante sobre como a qualidade do ar e a ventilação natural nos ambientes podem ajudar a prevenir a doença. A quarentena também despertou discussões sobre conforto, funcionalidade e ergonomia nas nossas casas.

Na verdade, esses temas já eram analisados quando falamos de Sustentabilidade e Desempenho de edificações. Seja para voltar ao trabalho em segurança, seja para ficar em casa com mais conforto, os edifícios podem ser grandes aliados para nossa saúde e bem-estar:

  • Com estratégias de Ventilação Natural adequadas nos ambientes, pode-se alcançar conforto térmico sem ligar o ar condicionado em boa parte do ano. Além de consumir menos energia, a ventilação permite a renovação do ar, minimizando a propagação de vírus e bactérias. Para diminuir o risco de contaminação, é importante que os espaços estejam bem ventilados, preferencialmente com ventilação cruzada (por exemplo, aberturas em fachadas diferentes). É uma alternativa simples que, aliada a outras estratégias de arquitetura bioclimática, proporciona um ambiente mais saudável, confortável e eficiente.
  • Abrir as janelas também é importante para aproveitar a Iluminação Natural. Nosso corpo precisa de momentos de luz natural durante o dia, e de momentos de escuridão à noite, para regular o chamado ciclo circadiano. Agora que passamos menos tempo no ambiente externo, isso pode ficar um pouco “confuso”, e impactar na qualidade do sono, produtividade, e também na saúde. Por isso, durante o dia deixe a luz entrar, e à noite evite estímulos luminosos, como lâmpadas de luz branca e tela do celular.
  • Passando mais tempo em casa, acabamos percebendo algumas coisas que não nos incomodavam antes, quando ficávamos boa parte do dia fora. Muitas habitações não atendem a requisitos mínimos de Desempenho acústico, térmico, lumínico e funcionalidade, embora exista uma norma técnica obrigatória sobre o assunto, a NBR 15.575. É um direito do consumidor, e uma obrigação da construtora e dos projetistas, que a edificação atenda esses requisitos mínimos. Com a quarentena, essas questões se tornam mais perceptíveis, e o usuário mais exigente quanto aos critérios de desempenho e conforto da residência. O home office é uma tendência que veio para ficar, mesmo depois da pandemia. As construtoras que buscarem atender requisitos superiores de desempenho nos seus empreendimentos terão um diferencial nesse novo mercado.
  • Um ambiente saudável também é requisito para um Edifício Sustentável. Quando se fala em sustentabilidade na construção, geralmente se pensa em economia de água e energia, materiais ecológicos e menos resíduos. Além disso, as certificações de sustentabilidade também avaliam requisitos de qualidade dos espaços, do ar e da água, e conforto térmico, acústico, visual e olfativo. Ou seja, um edifício sustentável é benéfico não apenas para o meio ambiente, mas também prioriza a saúde e conforto dos seus ocupantes.

Desde a publicação da Norma de Desempenho e das certificações de sustentabilidade, o mercado da construção já vinha mudando, mas em um ritmo ainda lento. Muitos usuários não tinham tanta percepção de valor desses requisitos. Com a pandemia, as pessoas estão se preocupando mais com a qualidade dos ambientes, com a sensação de segurança nos locais de trabalho, comércio e lazer. Nos sentimos mais seguros em restaurantes, cafés, escritórios, e outras edificações comerciais bem ventiladas e que demonstram preocupação com a higiene, saúde e segurança de seus ocupantes. Enquanto usuários, também estamos com um olhar diferente quanto ao conforto de nossas casas. Daqui para frente, vamos valorizar muito mais residências com um bom isolamento acústico, exposição solar adequada, espaços pensados para trabalho e lazer… Os projetos que se atentarem a isso sem dúvida irão se diferenciar, ainda mais em um mercado em retomada após a crise. Não apenas por serem edifícios mais saudáveis e evitarem a propagação de doenças, mas também pelos benefícios quanto à economia de energia, conforto e bem-estar dos usuários.