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Planejamento Estratégico em Tempos de Crise

2020 está chegando ao fim. E como todo fim de ano, é hora de começar a planejar o ano seguinte.

Já faz algum tempo que definir um planejamento anual é um grande desafio, com mudanças sociais e tecnológicas acontecendo em um ritmo aceleradíssimo. Para 2021, a tarefa se torna ainda mais complexa. Nos planejamentos para 2020, por mais detalhadas que tenham sido as análises de ambientes estratégicos e de cenários, duvido que alguma empresa tenha colocado na sua lista de Ameaças uma pandemia e uma crise mundial desse porte. A verdade é que, mais do que a capacidade de tomar decisões acertadas, o que define o sucesso de uma empresa hoje em dia é a capacidade de se adaptar.

Nem por isso o planejamento estratégico para o ano seguinte deve ser deixado de lado. É importante que a empresa tenha um Norte, uma orientação para seguir. E também que esteja aberta para mudar os rumos conforme a necessidade. Não é possível prever o futuro com exatidão, mas quanto mais análise e conhecimento tivermos, melhor enfrentaremos os desafios do caminho. Afinal, a sorte joga do lado de quem está preparado.

Especialmente para esse ano, é importante olhar para trás, enxergar os erros e acertos e aprender com eles. Identificar as mudanças, tendências, oportunidades e riscos que devem perpetuar mesmo após a pandemia.

Que oportunidades a empresa conseguiu capturar nesse período? Os custos e despesas diminuíram? Os funcionários, chefias e clientes estão mais abertos ao trabalho remoto, e o que ganhamos com isso? Como a tecnologia tem nos ajudado? É possível explorar novos mercados?

Mas antes de buscar ocupar essas oportunidades, é necessário sempre considerar as ameaças. Avaliar quais os riscos de processos trabalhistas com a implantação do home office definitivo. Enxergar que o trabalho remoto eliminou as fronteiras para nossa empresa, mas também para os nossos concorrentes. Prever os possíveis efeitos no nosso negócio de uma segunda (ou terceira) onda da pandemia, de novos fechamentos, ou de uma recuperação econômica lenta. Os riscos e ameaças existem e não são motivo para não ocuparmos as oportunidades, mas deve-se analisá-los e buscar mitigá-los.

Olhando para dentro da empresa, é importante também analisar o que aconteceu de positivo e de negativo. A produtividade aumentou ou diminuiu? A relação entre as pessoas ficou mais próxima, ou mais distante? O home office permitiu que os funcionários tivessem mais qualidade de vida, e consequentemente mais motivação, ou os deixou mais deprimidos? E assim, olhando para os ambientes internos e externos, a empresa pode traçar as estratégias e metas para o ano seguinte.

Tão importante quanto o planejamento inicial é estar aberto para adaptar essas diretrizes sempre que necessário. Pode ser que, durante o ano, algumas estratégias já não se apliquem mais, parcial ou totalmente, e surjam outras demandas. É o que costumamos chamar de “estratégias emergentes” – aquelas que surgem ao longo do caminho e que não conseguimos prever no planejamento inicial, mas que se tornam essenciais para alcançarmos os resultados desejados.

Vale também prever uma revisão do planejamento no meio do ano, ou até antes conforme o segmento, o tipo e a fase de desenvolvimento do negócio da empresa, ou mudanças de seus cenários. Dependendo do ritmo de crescimento da empresa, ou do tamanho da crise, algumas metas talvez se tornem fáceis demais, ou inalcançáveis. Vale ressaltar que replanejar não significa ficar mudando as metas sem critério, só porque não foram atendidas. Deve-se avaliar os cenários, e reestruturar o planejamento considerando todas as metas e seus desdobramentos, buscando manter o equilíbrio financeiro da empresa.

Seja para o planejamento original, seja para as estratégias emergentes, é importante definir planos de ação, com prazos e responsáveis, e acompanhar de perto sua execução. De nada adianta um ótimo planejamento que não sai do papel. Com controle e acompanhamento efetivos, pode-se identificar pontos de correção e ajustes de rumo.

Como diria Peter Drucker, “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Com método, análises consistentes, foco, adaptabilidade e resiliência, pode-se construir um futuro favorável para a empresa, por mais adverso que seja o ambiente externo que ela venha a enfrentar.

E aí, está preparado para fazer um novo ano de sucesso e bons resultados?

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